Na Alemanha o SPD, com Martin Schulz, que deixou a União Europeia para “supostamente” vencer as últimas eleições de Setembro contra a CDU de Angela Merkel, além de o não ter conseguido ainda colocou o seu partido mais abaixo do que nas anteriores eleições legislativas. Nessa altura, a CDU tinha feito uma coligação com o SPD, para Angela Merkel formar Governo, e resultou bem. Ao ter um resultado pior nestas últimas eleições, o SPD não quis sujeitar-se a formar Governo com Angela Merkel, para tentar remodelar/renovar o partido, e numas próximas eleições procurar ficar à frente. Entretanto, Angela Merkel, como não teve resultados eleitorais que lhe permitissem sozinha formar Governo, tentou fazê-lo com um “molhe” de partidos que lhe dariam maioria parlamentar, mas com os quais não foi possível fazer um acordo. Assim, foi transmitir ao Presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, a situação e propor que se fizessem novas eleições para tentar ganhar mesmo, mas, Frank- Walter Steinmeier — e bem —, vai propor ao SPD ajudar a formar Governo, uma vez mais, aliando-se com a CDU, e, claro, ficando sempre Angela Merkel como chanceler.
Por muito que possa implicar Martin Schulz “engolir um ou mais sapos vivos”, talvez devesse ter que ser a via a seguir, dado que se o não fizer, vai perder ainda mais popularidade junto dos alemães. E se não conseguiu nestas últimas eleições melhorar o resultado do seu partido — antes pelo contrário — até por nem ter propostas eleitorais diferentes no essencial da CDU, e como os alemães já conheciam Merkel, ainda a voltaram a preferir. Por outro lado, como se está — infelizmente — a generalizar, nos mais diversos países, a extrema-direita nacionalista alemã subiu, e demasiado, logo, se agora o SPD não quiser ajudar a formar Governo, não vai beneficiar. E se a Alemanha ficar paralisada, sem Governo, até ir a novas eleições será mau para eles – alemães – mas para toda a Europa, dado a Alemanha ainda ser o “motor europeu”. Este compasso de espera fará a CDU ficar ainda à frente, o SPD ficar ainda mais atrás, e a extrema-direita provavelmente crescer mais.
Talvez o bom senso na Alemanha e no SPD, se o houver dado que por todo o lado está tanto a faltar, justifiquem que se alie uma vez mais à CDU e formem Governo. E nós, cá pelo Sul, também aproveitaremos se isso vier a acontecer dado as ideias de ambos serem muito semelhantes, logo, a favor da unidade europeia, e não o contrário como os que não conseguiram fazer alianças com a CDU, neste pós-eleições, impedindo formar Governo. Esperemos que Martin Schulz pense primeiro na Alemanha e na Europa e não, como muitos chefes partidários por todo o lado, onde nós nos incluímos também, só contemple o interesse partidário e o seu bem-estar egoísta. Se não for assim as perspectivas s não serão boas, nem para o futuro da Alemanha, nem para o futuro da Europa!
© Augusto Küttner de Magalhães, 23/11/2017