Donald Trump tem uma grande aproximação a Vladimir Putin e à Rússia deste “czar”, algo que ninguém duvidará. E, como o que diz pela manhã, pode ser o inverso do que vai escrever no twitter ao início da tarde — até para acusar os jornais sérios que ainda existem nos EUA de de fake news —, tudo é possível, fazer, dizer ou contradizer-se e por aí adiante! Como é o eleito os “seus” americanos, não parece haver eleições intercalares, que vão decorrer a 6 de Novembro, próximo que lhe “interrompam o passeio na Casa Branca”. Vai continuar na sua senda perturbadora dos EUA, e por “simpatia” do mundo, com demasiados locais a seguirem a sua pisada no populismo.
Agora, numa entrevista à CBS News, disse que o Presidente russo Vladimir Putin está “provavelmente” envolvido em assassínios e envenenamentos. Mas, para se contradizer, logo em seguida disse de confia nos russos, e que isso não é no seu país, como se alguém tivesse dúvidas disso! Disse também achar-se muito duro com Putin, apesar de, na polémica cimeira com o Presidente russo ter sido muito criticado nos EUA por ter sido brando com este na sua abordagem política e pessoal. Esta é mais uma série de incoerências a que nos habituou e que muitos americanos parecem suportar bem, ou até lhes agrada.
Todo este “discurso” vem no seguimento de as autoridades britânicas terem dito, em Setembro, que os dois suspeitos do envenenamento de Sergei Skripal e a filha, com recurso a um agente neurotóxico militar, eram membros dos serviços de informações militares russos. A Rússia garantiu que os dois homens eram civis, em turismo na Grã-Bretanha. Também em Setembro Piotr Verzilov, activista russo da banda contestatária Pussy Riot, foi vítima de um possível envenenamento, que se atribuiu aos serviços secretos russos.
Claro que, no meio de mais estas barbaridades que Trump vai dizendo, já deve ter telefonado a Putin a dizer-lhe que são muito amigos, e o que disse à CBS News não é verdade, mas como tem que continuar à tona nas eleições do próximo mês de Novembro, tem que contrariar as fake news que tantos por lá dizem, que nunca ele próprio. E amigos como dantes, os dois presidentes de países influentes nesta era de populismos, que vagueiam por vários outros à espera de aparecerem mais e mais a seguir o seu exemplo, a acrescer à Áustria, Hungria, Polónia, e por aí adiante, sem esquecer a China, que já é um modelo de “perfeição” de autoritarismo (combinado com capitalismo de estado)!
© Augusto Küttner de Magalhães, 15/10/2018