A Covid-19 e o véu islâmico

Nós seres humanos por vezes criamos conflitos artificias que poderiam ser evitados contrabalançando a “parte má” que todos temos. Lembremo-nos de guerras constantes que aconteceram aqui na Europa, quando éramos o centro do mundo. Ainda há pouco tempo, vários países da Europa proibiram o uso público de peças  de vestuário que pudessem tapar totalmente a cara. Uma das justificações foi de segurança, pois tais vestes poderiam ser utilizadas por radicais extremistas  em ataques terroristas. Mas foi uma medida talvez desnecessária em países constitucionalmente laicos. Hoje, todos atacados sem distinção por um vírus, somos aconselhados a usar máscaras e até viseiras que nos podem cobrir totalmente a cara. Por mais câmaras de vigilância que se coloquem  será difícil conseguir descobrir a  identidade. Claro que há excepções de países como a  China, com a obrigação do uso do telemóvel controlada pelo PC chinês. Mas, na Europa, se quisermos não usá-lo e utilizarmos para nossa protecção (e do outro) máscaras e viseiras, podemos andar na rua de cara tapada. Estamos a defendermo-nos do inimigo comum invisível — o vírus. É verdade que estas circunstâncias ligadas à prevenção do vírus são excepcionais, não a regra.  Mas, como referido,  foi o rosto escondido que supostamente fez proibir, em vários países na Europa, o uso público do véu e de quaisquer peças que o pudessem tapar o qual se mantém. Se sobrevivermos a esta pandemia e tivermos aprendido alguma coisa  — o  que,  como mostra a história, não é assim tão evidente que venha acontecer –—, talvez seja altura de evitarmos conflitos desnecessários numa sociedade que deveria ser o mais harmoniosa possível.

© Augusto Küttner de Magalhães, 8/04/2020

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