
Estamos a ouvir um discurso curioso acerca de Trump que é não gostar da pessoa mas estar de acordo com (quase) tudo o que faz. Desde o “America first” até ao afastar-se da Europa por esta o merecer. E como a economia americana está em crescimento desde que Trump é presidente, os democratas só têm feito disparates, Obama foi um péssimo presidente, e por aí adiante, Trump poderá ser reeleito. Mas não gostam nada, mesmo nada da pessoa Trump, mas gostam — e talvez muito — do que a pessoa Trump faz. Daí não terem quaisquer dúvidas que Trump está a fazer o que deve ser feito, mas com a insistência de não gostar de Trump. Mas tudo o que faz é (quase sempre) bem feito, é do que os americanos necessitam daí — e muito bem — terem votado nele e irem votar novamente. Quanto aos democratas, estão tão desorientados por não terem ainda, sequer, uma sombra de alguém que por eles possa concorrer à presidência dos EUA. Daí continuarem a não gostar da pessoa Trump, mas estarem certos que é o presidente que os EUA podem ter. E melhor não há dentro da América, na América profunda e verdadeira todos gostam dele. A Europa é que está sem rumo e por isso se dedica a dizer mal de Trump. Mas Trump é o presidente eleito — e muito bem — pelos americanos, mas não gostam de Trump embora talvez ambicionem que seja reeleito. E têm a certeza que o “impeachment” não vai em frente, por não haver razão nenhuma — um pretexto tão insignificante —, para apear Trump da presidência. Não gostam nada de Trump mas gostam e muito do que este fez (e faz), pelo que estão certos que irá continuar por mais um mandato à frente dos EUA. Estranha forma de não gostar de Trump.
© Augusto Küttner de Magalhães, 12/01/2020