Seria expectável, face à completa falta de União Política, ajudada pela ausência permanente nestes últimos 25 anos de líderes, que a Europa não conseguisse construir um projecto sonhado no pós-última Guerra Mundial, que seria Unir de facto, a Europa. Este sonho, foi começado por líderes – realmente dignos do nome – à data, que tinham verdadeira vontade de Unir, de construir, de igualar, e, deu os primeiros passos, seguiu na parte económica o que tinha sido a EFTA, mas não só, e faz caminho caminhando. A partir de finais dos anos 80, do passado século, começou-se a não entender – mas a não querer acreditar, até por geral incultura política – se o caminho continuava a ser devidamente percorrido, mas pensou-se que sim. Desde o início do actual século os disparates, a desunião, a falta de senso, vão-se acumulando a cada dia que passa. E os resgastes aos países do Sul da Europa, após a Crise de 2008 importada dos EUA, mostraram a forma desalinhada – ou alinhada, para alguns – com que a Europa tem sido destruída. E o Norte achando-se dono de tudo até da razão, foi amesquinhando o Sul. A França meia a Norte, meia a Sul deixou de saber onde estava, e a Alemanha tomou controlo total da situação. Com o Reino Unido a querer cair nos braços dos EUA , mas com muito Atlântico a separá-los!
Hoje estamos nesta Europa, uma manta de retalhos, que só por milagres irá sobreviver. E a União tão necessária, indispensável neste momento, até pelo bom trabalho, que nos EUA, Obama está finalmente a fazer neste seu segundo mandato, pela Rússia de Putin a pretender tomar o domínio estratégico que perdeu com a dissolução da União Soviética, pela formação do Estado Islâmico, só isto seriam razões mais que suficientes para a Europa ser de facto uma União. Nada de nada, de desastre em desastre, vamos para o tombo definitivo. E se de facto existem diferenças entre Sul e Norte, não são deste século, sempre as houve e haverá. Se tudo foi “metido” à pressão na Europa, comandado pelo sonho económico sem minimamente se analisar a parte política, só não vê quem não quer, e que não resultou estamos todos a sentir. E dramaticamente o precipício está aí, e vamos todos cair. E a Alemanha, financeiramente guiada pelo fanático Schäuble, talvez um “Hitler de quinta categoria” – dado o verdeiro ser um frustrado, alienado, paranóico, recalcado, mas sabia-se da Áustria, ao que vinha – para mal ficar na História, vai dar cabo de todos nós, mas da sua Alemanha, também. E lá vamos todos ter que sofrer muito, já não com uma III Guerra Mundial de tiros, mas de privações, desorientações, e fome. Tudo seria evitado se “algum” bom senso houvesse, se líderes houvesse, e se todos tivessem pretendido ser melhores. É impossível ser optimista perante esta destruição…espere o pior!
© Augusto Küttner de Magalhães, 20/07/2015