A Europa pára e pensa, ou vai implodir

 

Speakers' Corner - Augusto Küttner de Magalhães
Se a Europa continuar a navegar à vista como está a fazer, se continuar a abri excepções para manter tudo “ao molhe” dentro do Espaço Europeu, não tem hipóteses de resistir. Estamos, a cada dia que passa a tirar e por baixo, no mais essencial, blocos enormes que sustentavam o Edifício de Unidade Europeia, para ver se a edificação sem base, aguenta o topo. Mas como é evidente a “assim continuar”, vai cair tudo, já nem aos bocados, de repente desfaz-se. A Alemanha, quando se lembrou dos temos vergonhoso dos Campos de Concentração – Hitler no seu melhor –, tentou precaver a crise dos Refugiados, fazendo uma proposta, a que deu o exemplo, de abrigo de Refugiados por toda a Europa. Como não se tratava de dar benesses e favores, só a própria Alemanha cumpriu, com todos os problemas que está a viver com os nacionalismos exacerbados a ferver, internamente, de ânimo.

A Hungria, a Polónia, que foram “metidas” na Europa por tique de fazerem parte de Uniões, dado que tinha derrocado a Soviética, entraram para a Europeia, mas com a intenção de fazerem o que lhes apetecesse. Democracia? Só de quando em vez! A França, cria leis internas de emergência, especiais, que suspendem liberdades e direitos, como única forma, acha, de se precaver de mais atentados, e a extrema direta aproveita-se e vai-se fortalecendo. O Sr. Cameron, para ser eleito Primeiro-Ministro, do seu, ainda, Reino Unido, teve que atirar a cenoura do Referendo para saírem da Europa. Agora  está arrependido e recua, mas como não quer passar o Poder já ao presidente da Câmara de Londres, exige cedências à Europa. Esta, escandalosamente aceita, e cede, e cede, e desfaz-se. A cada dia que passa, a Europa, que de União já tinha tão pouco, desune-se mais e mais.

Cada País pode começar a rasgar todo e qualquer tratado ou compromisso, basta antes ameaçar sair, ameaçar fechar fronteiras, e tudo é possível. Caminhamos assim e a passos largos, para retrocessos assustadores, mas como não temos Memória, e achamos que o que vale é o que tem no máximo dos máximos um mês, e tudo o resto não existiu, é lixo. E desconstruímos qualquer unidade sombra de unidade, que foi feita nesta mesma Europa nas últimas seis décadas, com muita seriedade, muito esforço, muitos sacríficos, muito empenho, muito suor, e se calhar lágrimas, para não dizer, também, sangue! Está tudo a cair. E, ou paramos todos para pensar, olhar para os últimos 60 anos e reforçar o que foi feito, ou a Europa vai implodir. Será formada por Estados feudais em torno de cidades-Estado, importantes, museus para serem visitados pelos Chineses e saqueados pelo Daesh, quando montar a sede na Líbia! Isto é o que acontecerá, se não pararmos já, para pensar, reflectir, e melhor actuar, construindo!

 

© Augusto Küttner de Magalhães, 24/02/2016

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