Se a Europa – União Europeia é já um contra-senso – só pensar Económico, como está a acontecer, não vai lá. E vai-se continuar a desfazer muito rapidamente, a cada dia que passa. A força da Rússia, que não económica mas de persuasão dos seus próprios cidadãos, vai conseguir ter outra vez poder que vai ganhando na Ucrânia como já ganhou a Crimeia, e vai pressionando mais e mais a Europa esmagando-nos a Oriente, é uma realidade. O Mediterrâneo cheio de Pessoas que querem fugir para a Europa, mais não seja para não morrerem já, na Líbia, é outra certeza. O fecho intempestivo do Reino Unido a qualquer migrante tratando-o pior que um cão, é outra realidade.
A quebra total e extrema de solidariedade entre o Norte o Sul da Europa, com países contra países, partidos contra partidos, é uma constatação diária. A putrefacção que se vive nas Instituições em Bruxelas, formadas por camadas e camadas de burocratas, que agem em função do bom dinheiro que recebem ao fim do mês, fazendo buracaria é por mais evidente. A Alemanha apesar de tudo, com a Frau Merkel a lembrar-se que já esteve do lado de lá, tem recuos e avanços, mas sem resultados positivos, e mais perto dos russos seja obrigada a estar, mesmo que ache que não, é outra realidade. A NATO que existiu para defender toda a zona do Atlântico e que hoje anda por aí sem saber quem manda e onde mandar, é mais uma constatação. E de fora olham-nos, para nós europeus, como um bando, que não sabe o que quer, não sabe o que fazer, só sabe o que não fazer, e faz mal. Esta Europa destes iniciais anos do século XXI, vai-se desfazer, estamos todos a arranjar e conseguir lenha para nos queimar, e quando a corda já tão esticada entre a Grécia e os outros – que somos todos nós, aqui desta Europa – rebentar, os fios de tão finos que ligam Portugal, Espanha, Itália vão-se partir todos.
A Ilha Britânica vai andar ali à deriva, a ver se os EUA lhe deitam a mão, o que não vai ser fácil. Se não impossível. A Alemanha vai tentar recuperar algum prestigio sem o conseguir, a não ser que desenterre o austríaco Adolph Hitler. A Finlândia vai dar uns beijos ao Czar Putin, para restaurar a amizade antiga e lhe vender 10 % do que produz. Pelo meio a França sem a mãozinha da Frau Merkel vai parando. A Áustria faz de conta que nada vê e nada sente a ver se não leva de raspam uma anexação russa. A Dinamarca tenta fechar-se sobre si mesma e tapar os olhos. E a Europa vai ficar em misero estado. Todos os que por cá estamos vamos passar mal. Mas vamos até lá a continuar a ter muita gente a falar, falar sem nada dizer, até ter que ficar calada. Nada do que se avista é bom, pelo contrário, é mesmo muito mau. E nada podemos fazer, para assim não ser!
© Augusto Küttner de Magalhães, 25/06/2015