Uma barbárie, um crime, uma tragédia o que se continua a passar em Alepo e onde todas as potências mundiais — sem excepção —, olham o seu egoísmo, os seus interesses e ignoram as Pessoas que são mortas numa barbárie indiscriminada. Não é possível termo-nos, tão rapidamente, esquecido do Holocausto do Nazismo e estar-se a fazer exactamente o mesmo, uma vez mais. Alepo é hoje um Campo de Concentração, onde civis desarmados são mortos por aviões que os sobrevoam, por tipos a pé ou de jeep de arma em punho e mata-se, mata-se crianças, velhos, mulheres e homens, como se ratos fossem que ocuparam indevidamente uma cidade, hoje, fantasma. E cada um de arma em ponho quer o seu espaço, a sua vitória. E nenhum pensa, tal como no tempo de Auschwitz ou de Dachau, que em casa tem família bem aquecida, sem chuva, com comida em abundância e pode matar, torturar, assassinar “aqueles” desgraçados que por azar estão na sua cidade, nas suas casas. Hoje Campo de Concentração de Alepo em Alepo!
Isto do ser humano é algo tão estranho, tão medonho, quando tantas, mas tantas vezes o nosso cérebro funciona para a maldade, para o bem-estar próprio a todo o custo, quando se matam “os” nossos iguais com gosto por o fazer. E estamos nisso, com uma série de gente dita importante em gabinetes bem aconchegados, fazendo-se transportar em automóveis de luxo e de motoristas, a dar ordens para que esta matança continue, este terror não pare. Mais mortes, mais degolados, mais assassinados. E já não é necessário ver em directo e a cores, sistematicamente, o que está a acontecer em tudo que é televisão. Parece exacerbar ainda mais os ardores de quem faz armas e areamentos para ganhar dinheiro a matar os outros. Parece e por certo assim será, que os “poderosos”, é para o lado que dormem melhor, depois de saberem o balanço diário das suas Forças Armadas, quanto a mortas efectuadas, armas utilizadas e munições gastas. Tudo como se fosse um jogo. E incute-se na geração mais nova, que não há alternativa que não ir matar, por matar, mesmo sabendo-se que Humanos se está a assassinar. E isto é feito com tanto à-vontade, com tanto descaramento, com tanta falta de pudor e de vergonha, que é um desastre para a Raça Humana. Uma vergonha. E enquanto estas linhas escritas o foram, quanto mais inocentemente mortos, “acontecerem”, no campo de concentração de Alepo?
© Augusto Küttner de Magalhães, 14/11/2016