O “Brexit”, afinal, não era para ser

Speakers' Corner - Augusto Küttner de Magalhães

 

O Sr. Cameron só conseguiu voltar a ser eleito PM  com a promessa de que faria um referendo quanto à permanência, ou não, na União Europeia do seu Reino Unido e só por isso ganhou. Foi empurrando com a barriga, a data de ser feito o dito referendo, até que teve que o fazer, e, perdesse, ou não – leia-se, ganhasse o “Brexit” ou não –, tinha que sair por ter sido eleito com uma intenção, que por todos foi descoberta, que foi, não fazer o referendo, mas afinal, ter que o fazer. Os que estavam a “favor do nacionalismo” Britânico unicamente queriam benesses europeias, como direitos sem deveres, ou seja, negociavam o que lhes interessasse com a UE, mas fechavam as fronteiras. O Partido Trabalhista ficou entre o sim, não, talvez. Tudo junto mostrou a não-qualidade de todos os políticos que vagueiam não só para lá do Canal da Mancha, como nos EUA – Trump é um pesadelo, Hillary é melhor que aquele, mas… – e como em toda a Europa, para não irmos mais longe.

Agora, feito o Referendo e tendo ganho o “Brexit”, além de todos os “políticos” britânicos, de todos os lados, se irem demitindo por não saberem arcar com as consequências da saída, todos quereriam repetir o Referendo, afinal, para ficar. E a UE ainda, unicamente, não o permite por não saber como sair de uma vergonha tao vergonhosa que seria ao dia 23 de Junho, “Leave”, e ao 24 de Julho “Remain”. Isto seria para o Sr. Schäuble o mais evidente, como é castigar Portugal por não gostar do Governo português e por o seu Deutsch Bank, pelo segundo ano consecutivo, ter falhado os testes de stress nos EUA. E, a “nossa” UE, não tem uma única pessoa capaz de fazer activar o artigo 50º do Tratado de Lisboa, quando do lado de lá do Canal da Mancha todos vão abandonando as “suas” responsabilidades, para ninguém as saber assumir.

Estamos em mais um marasmo europeu. E, à boa maneira do que hoje os políticos de baixíssima categoria fazem, faz-se de conta que não se percebe o que tem que ser feito, e adia-se tudo e mais alguma coisa, e vão-se buscar as sanções a Portugal e Espanha, excluindo a França com o défice em 2015 pior que o nosso para fazer de conta que alguma coisa, afinal, funciona. E a Grã-Bretanha dá o exemplo ao Mundo de como não sabe ser o que hoje é , ou seja, “afinal” um não-Império, uma Ilha pequena, isolada, num tempo global, e solitária, tem uns políticos incapazes e unicamente mediáticos e mediatizados pelas comunicações sociais, estas, também sem rumo próprio. E agora? O que se segue?

 

© Augusto Küttner de Magalhães,  6/07/2016

0 replies on “O “Brexit”, afinal, não era para ser”