Covid-19: Ursula von der Leyen e a (falta de) unidade europeia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, escreveu uma carta aberta aos italianos, onde só agora reconhece os erros da União Europeia. Será de dizer “mais vale tarde que nunca”! Pode ser que tenha aprendido que a União Europeia só vai em frente quando tiver consciência de que quando um país da “União” está em perigo ou em dificuldades, todos os outros têm de ajudar. Se assim não for, é dispensável a própria Comissão Europeia e a sua Presidente. O erro inicial, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi “não termos percebido que só juntos, como União, poderíamos vencer esta pandemia”, e que “este foi um comportamento prejudicial e que podia ter sido evitado”. Para quem ocupa este lugar, só agora ter entendido isso, é algo no mínimo bizarro. 

No último mês, a Comissão Europeia não poupou esforços para ajudar a Itália, segundo Von der Leyen, graças aos esforços de 25 países europeus  que uniram forças e “enviaram milhões de máscaras para Itália e Espanha para a protecção de todos, em especial dos trabalhadores do sector da saúde”. E a carta ainda diz, no caso aos sofredores italianos, “a resposta foi coordenada a um problema comum”, e passámos a ver “mais solidariedade na Europa do que em qualquer outra parte do mundo”. Assim, diz a Ursula von der Leyen “esta crise é uma prova para a Europa” e que “não nos podemos permitir falhar”, porque “as decisões que tomamos hoje serão recordadas durante anos” e “dão forma à Europa de amanhã”. Se já foram tomadas “algumas decisões corajosas”, o facto é que “muitas outras serão ainda necessárias”. Todos tínhamos já a certeza disso, pelos vistos muito antes de Ursula von der Leyen — só que não somos importantes! — que “muitas outras decisões, serão indispensáveis e não só necessárias”. Mas será que há vontade e força para o conseguir fazer, ou vamos ter lógicas nacionais a predominarem e a criar mais divisões na Europa?

© Augusto Küttner de Magalhães, 3/03/2020

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