
A História repete-se, evidentemente de forma diferente em cada época, mas as reacções a determinados estímulos são bastante semelhantes. Se nos focarmos no final da II Guerra Mundial, vemos toda a Europa, que na altura era o “centro do mundo “, a querer não mais se guerrear e com a ajuda da América a criar instituições que eram protectoras da paz. Claro que se foi tudo construindo com a crença de que gente como Afolf Hitler jamais teria espaço para ter a veleidade de se fazer ouvir. Surgiram a ONU, a NATO, as Comunidades Europeias e outras organizações que vão sendo os edifícios que representam e segurança da paz e da liberdade limitando possíveis veleidades bélicas. Apareceram pessoas que sabiam construir o que se desfez, tendo em vista o bem-estar da Humanidade. Mas como escreveu Anne Frank o “ser humano se está muito tempo em paz, tem que criar a guerra”. Por vezes, a parte negativa do ser humano tem muito mais força que a positiva.
Apesar de 70 anos ser relativamente pouco tempo, a espécie humana parece que já esqueceu essa grande tragédia. O percurso de unidade que foi sendo feito deu lugar a um tempo de divisões, de desentendimentos, deturpações descaradas da verdade. Estamos numa época em que, talvez por falta de necessidade, deixaram de aparecerem verdadeiros líderes e surgiram pessoas sem carácter, sem dignidade, sem verdade a ocupar os lugares de governo. A única forma de singrarem é desprezando o que até aqui se defendeu, como sendo os ideais de uma possível paz com liberdade, envergonhando e amesquinhando sem qualquer pudor em o fazer. Estamos neste ponto com muitas divisões e nacionalismos sob a forma de populismos. Tendencialmente, estamos num período descendente da História, daqueles que se repetem ao longo dos séculos, quando não conseguimos reter a memória do passado e aprender com os erros deste.
© Augusto Küttner de Magalhães, 26/07/2019