Quando a política se deixa “levar” em absoluto pelo económico, a Democracia está em perigo. E hoje, depois de quase um século de grande maioria dos países a Ocidente viverem em Democracia, a economia está a abafar a política. E a fragilidade, com que quase todas as pessoas vivem o momento, faz com que se tornem, todas, agressivas, mais antipáticas e se deixem “envolver” por políticos ditos “Salvadores” que só se querem “salvar” a si mesmos e aos seus, usando-nos como iscos, e serem falados. Quando todos nos deixamos levar nesta onda, pelas mais diversas razões, até por estarmos a sentir dificuldades “económicas” e estarmos a viver, hoje, pior que ontem e sem grandes esperanças para filhos e netos, alinhamos em demagogias, em “libertadores” e claro vamos estancar quando for tarde, ou seja em Ditadura. E muitos que cá a vivemos em Ditadura, ainda não a esquecemos, mas a maioria já esqueceu ou viveu só em Democracia, e vamos todos perdê-la!”
Claro que, os actuais políticos que estão ainda na “onda”, e que deveriam ter seguido — aprendido e apreendido — os anteriores verdadeiros Democratas que construíram este bom tempo, entraram em desatino. Não sabem, não conseguem parar para pensar e baixam de tal forma o nível, que ficam pior que os tais futuros salvadores da Democracia em direccção à ditadura. Vimos “isto” agora com Hillary, que a dada altura deixou-se “baixar” ao nível de Trump e este ganhou. Vê-se na França com Hollande e Valls versus Marine Le Pen. Na Áustria que em Dezembro, na repetição das eleições Presidenciais, vai colocar no Poder um candidato da Extrema-direita. O Reino Unido que entrou no Brexit, via Nigel Farage, que se demitiu do que fez, mas colocou o Reino Unido numa baralhada, e Trabalhistas e Conservadores sem saber o que fazer. Estes são alguns dos muitos exemplos que nos estão a suceder, e bem rapidamente.
Como o económico domina o político, e como a demagogia domina as redes sociais e muitos “media” seguem-nas, vamos baixando de nível, todos e cada um a cada dia que passa, vivendo “um dia de cada vez”. E como o ser humano, ainda continua a ser o melhor do que existe à face da Terra, não consegue “viver só um dia sem pensar no amanhã”. E assim vislumbra o amanha tão mau que se deixa levar por qualquer salvador, que lhe prometa um amanhã melhor que o de hoje, mesmo que, subliminarmente, a ideia do económico a mandar no público, lá esteja, mas não se queira perceber. Não convém. E assim com o económico a mandar no político. Com a Democracia a ser controlada pela Economia, com políticos que perderam a possibilidade de se quererem ser democratas, vem aí em pleno a Ditadura. Vamos perder Globalização — fonte de todos os males — e vamos ver réplicas por todo o lado de Trump, Putin, Erdogan, Duterte, etc. E virão mais. Depois de anularemos as democracias, a globalização, a liberdade — já não nós — quem nos seguir, filhos, netos, bisnetos, passando mal reconquistarão, por extrema necessidade, a Democracia. Entretanto, o que se segue poderá custar-nos caro!
© Augusto Küttner de Magalhães, 17/11/2016