Neste últimos 500 anos, com várias Guerras de permeio, a Europa conseguiu ir crescendo, quer internamente, quer virada para o exterior, em todos os domínios, chegando a ser considerada a centralidade “exemplar” do Mundo. Hoje, esta mesma Europa está em “total liquidação”, em total declínio, em total descentralização num tempo globalizante. O Continente Europeu deu-nos e deu ao Mundo, novos talentos na Cultura, nas Artes, na Investigação, na Ciência, nas Indústrias, conquistou, até pelo “engenho” português – que se ficou por aí — novos Mundos, concedendo a rota cultural e comercial Ocidente — Oriente-Ocidente, dando o “tais” novos Mundos ao Mundo. Projectámo-nos para e por África, Américas, Ásia. E, hoje, por inércia, inaptidão, incompetência, questiúnculas internas, a Europa soçobrou na Globalização e nestes últimos 20 anos recuou mais de 50, e entregou-se à autoflagelação a caminho da total liquidação.
Hoje, o desenvolvimento, a centralidade, o exemplo positivo, o crescimento estão a Oriente, mormente China, India e Japão, e até fazendo-se pelo Pacífico algumas ligações — directas — à América do Norte. A Europa estagnou e a cada dia que passa não sabe reagir, não sabe “existir” convertendo-se ao Museu do Mundo, que é visitado por todos para fazerem muitas selfies e irem para a sua terra, tratar das suas vidas! Estacámos no tempo, deixámos perder a nossa vez e achávamos que iríamos ser “adorados, quais vacas sagradas” pelo que antes havíamos feito, e encolhemo-nos, e deixámos passar a oportunidade, e não soubemos e nem sabemos reagir, ser positivamente diferentes, dar o passo em frente!
A China acordou para o Mundo, enquanto nós adormecemos. Os EUA já não nos querem apoiar nem condicional, nem incondicionalmente, quer por terem tido um Presidente, que agora se vai embora que não conseguiu fazer metade do que prometeu — foi-lhe atribuído um “Nobel” cedo demais — , e por vir a ter um futuro doido na Presidência, e como doido não haverá que “contar” com ele! E, se não quisermos ou já nem soubermos reagir, não nos quisermos unir de facto — seja a 27 com o outro à margem —, não fizermos mais por nós e sempre com qualidade, sem quintais, sem interesses mesquinhos, com transparência e com sem progresso, vamos de facto definhar até à marginalização total! Já nos esteve mais distante!
© Augusto Küttner de Magalhães, 14/09/2016