Para além de outros gravíssimos problemas entre os quais a Economia a “mandar” na Política e nos políticos, temos um problema de identidade com a Europa. Não se conseguiu, desde que se iniciou a CEE e depois “passou” a UE, criar uma necessária identidade europeia, de todos nós, Europeus. Tentou-se, e muito bem, acabar com nacionalismos exacerbados, no final da II Guerra Mundial, essencialmente pelo terror que Hitler havia criado, em querer “fazer” uma Alemanha que “dominasse” grande parte da Europa, pela força. Felizmente, “ainda” não foi possível. Todos os Estados-Nação tiveram uma fase, até finais dos anos 70, meados de 80 do século XX, onde tentaram desapaixonar-se da Nação, mas não conseguiram incutir a ideia de “sentimento” de Europa. E facilmente hoje se nota que o europeu não se sente especificamente europeu. Nos mais pequenos detalhes podemos “isto” constatar. Não é só entre nós, mas acontece bastante no nosso País, que não há bandeira da União Europeia em locais públicos, apenas a bandeira Nacional. E claro que em outros Países ocorreo mesmo. Agora com estes movimentos nacionalistas a ajudarem, em todo o lado, cada vez menos haverá, publicamente, a bandeira europeia. E sendo, cada vez menos, a bandeira que faz o conteúdo, dado que já não tem a pompa e circunstância que teve, é um símbolo que não “pega”, que não se usa. E quando se usa é o do País.
Para além da Economia a mandar na Politica, talvez esteja chegada a ocasião única da Política mandar na Economia, mas não uma política de extremos, de extrema-direita se for nacionalista para se fechar aos outros, ou de extrema-esquerda para se achar única dona da razão, mas de uma Europa com espirito europeu, onde o europeu se sinta como tal. E, para desgraça nossa os atentados de Bruxelas, aconteceram. Mais uns! Horrendos, inqualificáveis. Como o são em Israel, no Quénia, no Congo, na Síria. Onde há armamentos que fazem uns enriquecer e tantos morrer! Mas, talvez pudessem ter sido evitados no dia 22 de Março de 2016, se houvesse uma verdadeira polícia única e europeia, se as comunicações sigilosas e nunca públicas fluíssem, na Europa, se cada serviço de informações e segurança não tratasse de muito saber e esconder aos outros europeus o que sabe.Talvez aqui também, União fizesse a robustez, fizesse a Europa, fizesse até gastar-se menos e “essencialmente!” poupasse vidas humanas que nada têm a ver com armamento, guerras e supostas falsas ideias de religiões. Se, se demorar muito já não vai lá!!!!
© Augusto Küttner de Magalhães, 23/03/2016