A França não acerta no combate ao radicalismo islâmico

Speakers' Corner - Augusto Küttner de Magalhães

 

 

O PM francês Manuel Valls disse, a 29/07/2016, quando deveria estar calado  – exemplo, entre outros, o recente atentado em Nice, onde afirmou pouco depois ter sido perpetrado por alguém do Daesh, sem ter certezas, no que foi desmentido pelo seu “próprio” Ministro do Interior –  admite agora a suspensão temporária do financiamento estrangeiro de mesquitas. Em França, não este PM, mas outro e supostamente mais à direita, da era Sarkozy, proibiu o uso da burqa, não fosse alguém esconder explosivos e provocar um atentado. Veja-se a não necessidades de burqas para fazer atentados, em várias localidades de França! E, claro que irritou os muçulmanos, não se estando a falar de radicais-islâmicos, estes são de factos um grave problema! A Europa tem que ter as suas normas e tem que ser sempre a Europa. E num tempo global, em que tudo está “aberto a tudo” – por vezes em excesso – em que as (des)informações fluem ao segundo e por vezes com exageros e inutilidades, estar a criar desnecessárias proibições , no caso para “francês ver”, não resultam, nem para a Europa que quer manter-se Europa, nem para França que não se quer um destes dias em guerra civil.

Proibir minaretes nas mesquitas já existentes, como também está em vigor, simultaneamente com o uso da burqa, e agora – supostamente – o financiamento a mesquitas, pelo estrangeiro, é aprontar problemas a juntar a outros que de nada servem. Isto são proibições que caem bem em Marine Le Pen, ou se for proibir Igrejas, a Erdogan. Claro que “os” extremismos estão em força na Europa por falta de competência de quem nestes últimos dez anos governa os países europeus e se instalou em Bruxelas. Mas isto já todos entendemos, menos os próprios, e no caso francês, um Governo e de um PR que se diziam socialistas, estando a fazer ultrapassagens, pela direita, à Frente Nacional, é no mínimo assustador. Já fizeram propostas surreais de retirar nacionalidades, que o Parlamento chumbou! E está a desconstruir mais uma Europa que está sem rumo, sendo uma tentativa desesperada de se manterem no poder pelo poder. A França pela “liberdade, igualdade e fraternidade” não merece que os governantes, façam tantos disparates, e cada vez que tomam uma medida agravam a situação.

Claro que a Europa não se pode deixar dominar nem pelo medo, nem pelos fantásticos radicais islâmicos ou outros quaisquer. A Europa deve ser um espaço e um espelho de inclusão, mas com regras, com direitos e deveres, e se necessário com adequadas proibições. Mas, não se podem perpetuar estas loucuras, claro não são só francesas, a Polonia e a Hungria  – e não só  – dão puxões doidos ao nacionalismo, e no muitíssimo bem, e aqui merece um forte elogio, o chanceler austríaco “lá” criticou estas derivas. E a Áustria está com um tique de extrema-direita. Tem que haver bom senso, não se pode proibir só para proibir nuns caos e em outras situações tudo permitir, sendo as consequências desses actos muito mais inúteis, até tendo efeitos boomerang que fazem não se saber que mais disparates fazer. Demasiados incapazes andam a fazer o que não deve ser feito! A Europa deveria ser um espaço de inclusão e nunca de guetos, e nisto a França é exemplar, mas a Bélgica e não só não estarão melhor.

E para defendermo-nos como Europa, como espaço de união e unidade, temos que ter os nossos princípios, as nossas regras, e não fazermos mais o que foi feito, ou seja a quem “chegou faz décadas e décadas “ ter ficado nas “margens da sociedade, ou em locais à parte”. Hoje, poços de tudo de mau que “excluídos” causam por mais nada saberem fazer, por terem sido colocados fora do sistema e agora num tempo demasiado mediático e excessivamente mediatizado, e global, quererem destrui-lo, por uns segundos de fama! Como podemos tão facilmente ver em Paris, nos seus arredores, mas não só, em demasiados ghettos dentro de demasiadas cidades europeias! Com excluídos que outros excluem para tudo diluir destruindo! Tem-se deitado gasolina no fogo e os governantes franceses estão/são peritos a fazê-lo, até a Frau Merkel lhes pode dar lições do que não fazer, e até nós pequeno país, temos hoje um PR e até também um PM que lhes podem muito ensinar, como viver em harmonia, e tentar fazer o caminho certo, caminhado, incluindo, sem crispações e sem exclusões!

 

© Augusto Küttner de Magalhães, 29/07/2015

0 replies on “A França não acerta no combate ao radicalismo islâmico”