O “imprevisível/impossível” Trump ganhou!

Speakers' Corner - Augusto Küttner de Magalhães

 

Quando, quase era certo os americanos terem um ataque de loucura e fazerem ganhar Donald Trump, a Europa achou que, tal como com o Brexit, “isto” era totalmente impossível de acontecer, mas aconteceu. Trump é o próximo Presidente dos EUA, e com maioria dos Republicanos no Senado e Câmara dos Representantes. Trágico, sem dúvida. Depois do Brexit, esta é a cereja em cima do bolo, para as Democracia Ocidentais que já estavam meio podres, e para uma Europa em decomposição. E, pasme-se, por tal ter acontecido. Não era possível, foi desgraçadamente possível. E agora? Como, quando não votámos mas desejámos “fortemente” que Barack Obama fosse Presidente dos EUA, agora aconteceu o inverso. E tendo supostamente sido o Obama a Pessoa indicado para estar à frente dos EUA, não conseguiu fazer “nem” metade do que prometeu. Sai por certo desiludido, não só por não ter conseguido, ao fim de dois mandatos fazer o que se comprometeu, mas por ter sido o primeiro afro-americano à frente dos destinos dos EUA, sem maioria no Senado, que em nada o ajudou, mas também por quiçá ter deixado tanto por consolidar, e abriu o seu “posto” a Trump.

E depois dos anglo-saxónicos terem votado pelo seu isolamento da Europa, os EUA fizeram o mesmo — com a diferença que os EUA são os EUA, e o Reino Unido é uma amostra insignificante do que já foi — e como nós europeus ainda imaginávamos que podíamos ter espaço vital na globalização, mas, sempre apoiados nos outros, estamos em apuros. E se não nos quisermos unir vamos implodir para muitos anos. E hoje a Europa está em apuros. Os EUA lá se vão entender com o doido do loiro e vão fazer pontes com a Rússia do outro doido, Putin. Mas nós com a total incapacidade da Hollande na França, com Renzi em Dezembro a cair de Itália e arrastá-la para um dos extremos, a Hungria e não só com saudades da União Soviética, a Alemanha a ver se em algum baú encontra um Hitler, parece um filme de terror do qual não se pode sair a meio, ou se for na televisão desligar o botão ou mudar de canal. Não, acordemos para uma realidade, real, dura e crua, e dado que já não somos só nós Portugal que não nos sabemos nem nos deixamos governar, até pelo contrário neste momento, a Europa não sabe e afoga-se, ou se bate com a cabeça no chão. E, ou agarramos o acordo CETA com o Canadá, fazemos pontes com o Sul do Mediterrâneo, tentamos não hostilizar os chineses e japoneses, e unimo-nos à séria, ou vamos mesmo, mesmo ficar o Museu do mundo, em total decomposição. Os EUA elegeram, foi muito mau, tentemos depois destes e do Reino Unido, não fazer mais más escolhas, para ainda sobrevivermos. Ou não!

 

© Augusto Küttner de Magalhães, 9/11/2016

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