
Jimmy Carter foi o 39° Presidente dos EUA de 1977 a 1981, eleito pelo Partido Democrata. Hoje, apesar de já ter 95 anos e estar doente, mantém grande lucidez de espírito. Em meados deste mês de Abril de 2020, Jimmy Carter enviou uma missiva ao actual chefe da Casa Branca onde explicou as razões do declínio americano e da ascensão da China. «…O senhor tem medo que a China nos ultrapasse, eu também, mas sabe qual a razão para que tal aconteça? Eu normalizei relações diplomáticas com Pequim em 1979, desde essa data… quantas vezes a China entrou em guerra com alguém? Nem uma, enquanto nós estamos constantemente em guerra. Os Estados Unidos é a país mais bélico da história, e quer impor aos outros países do Ocidente que respondam ao nosso governo, aos valores americanos e controlar as empresas que têm recursos energéticos por todo o lado. A China, está investir os seus recursos em infra-estruturas, ferrovias de alta velocidade intercontinentais e transoceânicos, tecnologia 5G, inteligência robótica, universidades, hospitais, portos e edifícios em vez de aplicá-los em despesas militares. Enquanto nós desperdiçamos 300 mil milhões de dólares em despesas militares para submeter países que pretendiam sair da nossa hegemonia. A China não desperdiçou um centavo na guerra, e por isso, ultrapassa-nos em quase todas as áreas. Se tivéssemos aplicado os 300 mil milhões de dólares em infra-estruturas, robôs, saúde pública nos EUA, teríamos comboios transoceânicos de alta velocidade. Teríamos pontes que não colapsariam, um sistema de saúde grátis para os americanos, que não infectarem mais uns milhares de americanos do que qualquer país do mundo pela Covid-19.» Desde que os EUA elegeram Donald Trump (quase) tudo pode acontecer, até alguém com a idade de Jimmy Carter, que mostra bem maior sensatez do que o actual presidente, voltar ocupar a Casa Branca (é apenas uma ironia). Mas quem aos 95 anos pensa assim, tendo já sido Presidente dos EUA, tem certamente ainda um papel para ajudar o país e o Ocidente a não serem subjugados pela China!
© Augusto Küttner de Magalhães, 30/04/2020