A vitória de Marine Le Pen nas próximas eleições para Presidente da França, tal como o Brexit e Donald Trump nos EUA, começa a ser cada vez mais possível. Tanto pela demagogia e inverdades dos próprios como da falta de “qualidades” dos concorrentes, como se viu nos dois casos atrás apontados, o que, e ainda bem, não aconteceu na Áustria, nem na Holanda. Ora, os franceses ao escolheram Marine Le Pen para sua Presidente será uma má opção, mas é deles, e se só neles influísse era problema “seu”. Mas tal como os americanos nos EUA com Donald Trump e os britânicos no Reino (ainda) Unido com o Brexit, que seguem o isolamento que acham ser-lhe “bom”, vai dando cabo de tudo que por perto existe e vive. O problema é o contágio aos outros. E, de facto, a França escolher para Presidente uma defensora acérrima do “isolamento, do nacionalismo, da soberania, das exclusões” num tempo global, é muito negativo. Toda a Europa em total desnorte com “isso” ira sofrer, e muito. É pena hoje o que resta da Europa supostamente Unida, não tentar fazer um esforço colectivo e não individualista. E aqui é estranho que alguns partidos das esquerdas sigam a mesma via do individualismo contra a União. Mas, de facto, estão a fazê-lo, com a defesa da soberania, do nacionalismo, da moeda, tal qual as extremas-direitas, tal qual a Marine Le Pen.
Procuramos hoje, já, reconstruir a Europa em Unidade e não em separações, já chega a França para um lado, Hungria e Polónia (saudosos da União Soviética) para o outro, Ucrânia (ameaçada pela União Soviética) noutro sentido, não, ou nos unimos ou vamos todos passar mal. O Reino Unido escolheu, está escolhido, nada a fazer, ainda pensam estar no tempo do Império Britânico, problema deles. Os EUA escolheram Donald Trump, opção deles, não por ser a melhor, até pelas características da pessoa em questão e da sua família a fazer parte da governação, mas é uma escolha americana. Quanto aos franceses esqueçam o passado em que foram uma potência mundial. Hoje já não são e não se estraguem, estragando a Europa, mas estão bem alinhados para o fazer colocando na Presidência Marine Le Pen. Veremos, mas o pessimismo não deve ser ilusão quanto a muitas escolhas que andamos todos a fazer. E é grave se for assim, vai doer!
© Augusto Küttner de Magalhães, 28/03/2017