A França, além de ter estilhaçado o modelo económico que ia “fundamentado” o progresso alcançado no pós-II Guerra Mundial, optou , também, por, um bom modelo social mas que não soube conservar. E, num tempo em que “erradamente” por todo o Mundo a Economia domina e abafa o Social se ambos estiverem em falência como é o caso francês, os resultados são catastróficos. A cereja em cima do bolo “de tudo isto” é a total desqualificação dos políticos actuais, que se vem a notar nestes mais recentes 20 anos, que se preocupam única e exclusivamente com a “forma” sem qualquer conteúdo e/ou com o seu bem-estar. Veja-se a total incapacidade do Presidente francês em gerir o seu País, mas tem um cabeleiro para lhe arranjar as melenas ao minuto, que custa ao erário francês 10.000,00 euros/mês. Veja-se o anterior Presidente da Comissão Europeia, no caso um português, que fugiu de cá para ir para lá para nos ajudar, e nada fez nem por nós, nem pela Comissão, e por si próprio, tanto fez que até vai para a banca onde seria inconcebível poder/dever/aceitar e ir.
A não inclusão em França de grandes faixas de Pessoas residentes, muitas, tantas que por descendência ou por tempo de permanência são francesas, criando guetos em torno de Paris e não só. Isolou, colocou sinetes, não permitir – foi o anterior, mas este não revogou – o uso do burka para não se fazerem explodir, mas fazem-no de cara destapada e sem problemas. Não resultou, bem pelo contrário, acicatou ânimos e exclusões. A França no centro/norte da Europa Ocidental – e não a Turquia, como alguns “agora” com o assalto dos militares, lá, ao semi-ditador Erdogan, nunca se justifica a força das armas para defender a democracia, o poder, disseram – está minada, face a tantos, tantos erros seguidos, e achando-se insubstituível na Economia e na “liberdade, fraternidade e igualdades” falhou em tudo. E a Economia está de rastos, a liberdade está condicionada, a fraternidade é palavra liquidada e a igualdade, só para alguns, muito poucos.
Os ataques desastrosos, injustificados, perversos em França – excluindo o Charlie Hebdo que se “pôs a jeito” – mostram a incapacidade, incompetência dos que nestes últimos anos têm presidido e governado a França. E, a necessidade de este, ainda Presidente francês, decretar a partir de 13 de Novembro do ano passado o “estado de emergência” – anulando alguns direitos democráticos – que foi prorrogando até ao dia das festividades da Tomada da Bastilha, altura em que o “levantou”, e, barbaramente aconteceu mais um atentado em França desta vez em Nice, mostra a incapacidade de quem tem estado à frente dos destinos franceses. Muito mau. Não será o único, face a esta carência de políticos que saibam fazer política por todo o lado nestas últimas duas décadas, mas os franceses e não só, que não são políticos é que são mortos, feridos, destroçados da Vida, nestes bárbaros e injustificados atentados. Todo o modelo francês faliu, e tem que ser repensado apostando em inclusão e não o contrário, em Ecomimia verdadeira e produtiva e não em reduzir direitos aos que de facto trabalham, por mais nenhuma atitude saberem assumir. Em fazer muito mais e aparecer muto menos, podendo até fazê-lo todo despenteado e com novos políticos que saibam política fazer. Claro que não a Marine Le Pen, cópia reles do doido Hitler. Por aí não. Mas com democratas, pessoas capazes de a fazer. E a Europa a 27 também tem muito que mudar para melhor e todos e cada dos 27, ou não!
© Augusto Küttner de Magalhães, 16/07/2016