Sexta-feira 13 de Novembro de 2015 ao início da noite, e nada de superstições mas unicamente tratar-se da véspera do fim-de-semana, em que na maioria das cidades Ocidentais é usual sair-se, andar nas ruas, jantar fora. E, como já farta “cá dentro”, ver telejornais intermináveis e repetitivos, com comentadores que comentam o que os comentadores da véspera comentaram, quando quem tem “ainda” cá poder de (des)crispar, decidindo o não faz, antes pelo contrário, opta-se por ler ou ver “outras coisas”! Assim estivemos a seguir uma serie interessante na RTP 2 , sobre os meandros da Igreja Católica, em França, Os Homens de Fé, e tendo acabado como já se vai nos sessentas, só uma passagem na France 24, para depois ir dormir, e até de lá, num segundo saber o que “cá dentro” se passa. E espanto e dramatismo. Vários ataques em simultâneo estavam a acontecer em Paris. O Presidente Hollande a falar em directo e muito nervoso. E ficámos a ver. Horrível, aqui ao lado, aqui na Europa.
Civis, parisienses, turistas que jantavam, que confraternização em Paris numa normal 6ª feira assassinados a tiros de metralhadora. As primeiras reacções na France 24 são de espanto. Directos, e um entendido em segurança na Síria e Iraque, diz ter sido autoria do Daesh ou putativo Estado Islâmico. O que ainda não se percebia bem a dimensão, mas no mínimo já haveriam 140 mortos. E o Presidente Hollande declara o Estado de Emergência, fecha fronteiras, essencialmente para controlo de saídas. E a consternação. O que diariamente se passa no Medio Oriente, no Líbano, até em Israel, aqui na Europa. A despedaçarem civis. E tudo, e todos impotentes, sem saber o que fazer! Estivemos em Agosto passado, minha mulher e eu, em Paris uns dias e estávamos, nesta dramática noite de 6ª feira a assistir à France 24, de mapa em punho, a ver os locais onde a barbárie tinha chegado. E Barack Obama acabará de se pronunciar em directo, lamentado o que se estava a passar e mostrando total solidariedade com a França.
A França tem ajudado as forças Ocidentais a combater o Estado Islâmico. Há duas semanas um avião de passageiros de uma companhia de aviação Russa – Rússia, que com outros objectivos o Sr. Putin defende Assad da Síria, logo contra o Daesh – explodira em pleno voo vindo do Egipto por suposta bomba colocada por um “adepto” do Daesh, que até podia ser um russo. A Europa e em particular o Reino Unido e a França têm muitos combatentes fanáticos no que foram territórios da Síria e ainda são do Estado Islâmico – auto-proclamado –e de curdos e não só. E há lá também compatriotas nossos! Sexta-feira 13, durante o dia um drone americano terá morto um assassino/hediondo do putativo Estado Islâmico, que se deliciava a matar Pessoas, mostrando os seus troféus. Muitos destes doidos, alguns portugueses – convirá repetir –, podem andar aqui pelo meio de nós, com documentos europeus, sequiosos de matar em nome de algo que nem sabem o que é.
Nunca confundir Islão, Islamismo com estes fanáticos. Nada tem a ver. Doidos e fanáticos houve-os sempre, e tivemos Católicos no tempo das Cruzadas a fazer o mesmo aqui na Europa a favor do Cristianismo. E o Cristianismo não é “isto”, como não é o Islão, como não é o Judaísmo, como não são outras Religiões – todas feitas por Homens! E a Europa está desunida, desarmada, desmantelada, impreparada para estes dramáticos acontecimentos. E, se no nosso Pais não nos entendemos quanto à indispensável formação de um Governo com apoio Parlamentar, na Europa dos 28 estamos demasiado desunidos, desarmados e apalermados para fazer bem aos que outros nos querem de mal. Ainda vamos a tempo, mas é cada vez mais escasso. Chegou a última oportunidade de sobreviremos como Europa. Ou implodiremos todos!
© Augusto Küttner de Magalhães, 14/11/2015