Não parecendo a palavra adequada “Refugiados” mas antes Pessoas como nós, que fogem do País que lhes destituíram, dos arredores onde não podem também viver, de tudo o que lhe tiraram, sobrando-lhes a Vida. A Europa, perante este dramático problema, como em tantas mais situações, faz-se de morta, o termo neste contexto é duro mas é o único e verdadeiro. E não tendo mais como assim “continuar” vai fazendo muitas reuniões, muito falatório, e no fim cada um decide por si, e por norma, mal. Tudo o que seja feito já vem tarde, mas é melhor que nunca. E a imagem que desolou tantos e tantos, pais, avós, tios, Pessoas, ao ver uma criança morta nas margens do Mediterrâneo, apesar de tudo o que se noticiou e mediatizou desde aí, ainda está muito presente. E todos perceberam que é preciso fazer qualquer coisinha.
Talvez seja necessário, em cada País se não for possível na Europa num todo, haver um coordenador – não se trata de criar mais um lugar, e muitos adjuntos, mas uma verdadeira realidade – destas ajudas, e não ser feito tudo aos “impulsos” sem controlo, sem regras. E tudo ser feito com a máxima humidade e discrição, e nunca como – parece, parece, repete-se – já está a acontecer, para haver grupos, ou formações que se gabam do que fazem, para amanhã, quiçá, serem “recompensadas” pelo que hoje fizeram. Tudo tem que ser realizado de forma humana, e em entre-ajuda no bem comum, que é amparar a salvar vidas, iguais às nossas, e integrar Pessoas, o mais rapidamente possível. Tivemos, nós cá, não há tanto tempo como “isso”, Pessoas, que na altura e mal se chamou de “retornados”, que vinham do que erradamente se chamava de províncias ultramarinas e eram as nossas colónias, que tiverem que se tornar finalmente independentes, à pressa, por não ter sido feito em devido tempo. E fizemos um bom trabalho e integrámos milhares de Pessoas, de forma inimaginável uns meses antes.
O nosso País preferencialmente dentro da Europa sem pelouros, sem quintais, sem importantes, deve fazer um trabalho conjunto para que tudo corra devidamente, e ninguém procure medalhas nem louros, mas fazendo unicamente o que deve ser feito. E esperemos haver uma forma de todos serem integrados e de conseguir-se localmente acabar com a chacina, que o Ocidente “criou lá”, quando tentou dominar ou aniquilar os ditadores locais, mas quando tudo correu mal, fugiu, o Ocidente. Veja-se o Iraque, a Líbia, falta a Síria, e agora temos os assassinos do ISIS! E a Europa tão desunida deveria no mínimo obrigar a Hungria a demolir o muro de mais de 170 kms que está a acabar de construir, dado que em democracia e como país da Desunião Europeia não o pode fazer e muito menos sem um qualquer consenso – seja lá o que isto possa ser –, europeu. E criem-se economias produtivas em todos os países da Europa, unida, ou nem por isso, para nos tornarmos sustentáveis, todos, nos quais claro, somos parte interessada. Mas, sejamos honestos connosco e com os outros, em desespero. Sem necessidade de mais fotografias de crianças mortas, a querer entrar na Europa….
Se for conseguível.
© Augusto Küttner de Magalhães, 10/09/2015