O persistente problema das armas nos EUA e no mundo

 

De facto, os americanos têm o Presidente que merecem e parece até que não só vai cumprir este mandato como poderá muito bem fazer um segundo. Talvez no fim desse hipotético segundo mandato a população americana veja o impacto do problema das aramas na sua demografia, não por falta de nascimentos como na Europa, mas pela frequência das mortes devido ao uso de armas de fogo. Mas isso provavelmente é o que menos preocupará Donald Trump, quando mais de 50% da população americana o apoia. Como este ano já são 18 os tiroteios nas escolas americanas, e como nada têm a ver — segundo o próprio e bem informado Donald Trump —, com o acesso tão facilitado da população a armamento, haverá agora que somar oficialmente os professores aos detentores usuais de armamamento.

Assim, se futuramente um aluno, não por ter uma arma à mão mas por insanidade, entrar aos tiros numa escola, o professor também estará armado e poderá ripostar. Infelizmente, esta solução parece um “Western” de mau gosto. E depois teremos Donald Trump a dizer que mais um insano originou uma situação de quase guerra numa escola, mas que, devido por sua grande ideia, o professor estava armado e salvou a sua vida, embora possam também morrer muitas mais pessoas nesse tiroteio. Aparentemente, nada disto tem a ver com fabricantes de armamentos que financiaram a sua campanha eleitoral, nem com o facto de os EUA terem 5% da população mundial, mas 35% das armas que no mundo estão na posse de civis.

É verdade que morrer gente dentro dos EUA até pode ser considerado menos grave do que crianças totalmente inocentes na interminável guerra Síria, também com armas americanas, russas, alemãs, francesas, etc. Ao quer chegamos quando matarmo-nos uns aos outro se banaliza desta forma e faz essencialmente lucrar os fabricantes de armamentos que integram os 1% dos mais ricos, não só nos EUA como pelo mundo. Com esta situação, azar de António Guterres que, como Secretário-Geral das Nações Unidas, ficou com uma missão impossível nas mãos. E a Síria é um dos exemplos desoladores, de como as pessoas pela ambição de poder, petróleo e outros interesses fazem o pior quer o ser humano sabe tão bem fazer, para tão rápido enriquecer!

 

© Augusto Küttner de Magalhães, 23/2/2018

 

 

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