E se presidentes como Trump se tornarem o novo normal?

 

Como facilmente já se percebeu o tão falado sistema de “checks and balances” nos EUA, que supostamente serviria para preservar a democracia e a dignidade do país, não está a funcionar. E temos alguém instável psicologicamente  na Presidência dos EUA,  com problemas sucessivos na Governação/Presidência, tendo a família toda à sua volta no poder e gerindo a Presidência como se fosse a “sua” empresa, e os americanos, aparentemente,  não estão contentes. Cada dia que passa o problema adensa-se a nível interno e externo, por vezes parecendo até uma comédia, mas demasiado negra para dar vontade de rir. Quando os EUA se deixam chegar a este ponto é gravíssimo. Alguém sem qualquer ideia do que é política, do que são políticos, do que é o mundo — a não ser tudo comprado à custa dos “seus dólares” —  à frente dos destinos da ainda maior potência do Mundo, a nível económico e militar, é no mínimo, preocupante. Mas lá está e pelos vistos estará. E a herança que está a deixar nos EUA é vergonhosa. Nada acontece para que assim não continue.

Se isto pega pelo mundo fora com estes “populismos” desmedidos que, aqui pela Europa e não só, já vagueiam, vai-nos custar muito caro. Quando outros líderes pouco recomendáveis como na Coreia do Norte — que, por vezes, até parece menos irracional que Trump —, gerem o seu país como se fosse uma coutada de caça, o futuro pode ser algo tenebroso! Quando a Espanha se parece estar a partir e a  Hungria e a Polónia estão com tantas saudades da era soviética que são exemplos do que não se pode fazer em democracia,  a União Europeia não sabe nem consegue a isto  reagir. E nesta onda que passa pelas redes sociais, com tantos a achar  piada a todo este “circo mundial”, tudo isto pode ter resultados gravíssimos – e já não raríssimos –, que podem contagiar muitos outros países. E nós, por cá, com os comportamentos dos nossos partidos, também não estamos isentos. Partidos destes nos EUA, e não só o  Partido Republicano, seriam uma cereja no topo do bolo. Não é apenas a crítica pela crítica, é ter imensa pena de nós próprios pois estamos a lidar tão mal com a democracia que podemos, por nossa culpa, vir a perdê-la e por muitos e maus anos.

 

© Augusto Küttner de Magalhães, 4/01/2018

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