Face a todo este impasse do Ocidente, em especial desta Europa totalmente sem cabeça e dos EUA a ver se podem ficar mais voltados para a China, a Rússia depois de pela mão de Putin ter anexado parte da Ucrânia, ou seja a Crimeia, e ainda não estar satisfeito nesta zona, vai fazer “um bonito” contra o Estado Islâmico. E como quem sofre com a não resolução do gravíssimo problema sírio são os verdadeiros “refugiados” que não têm sequer onde/como viver, e tentam fugir para a Europa que desatinada nada de jeito faz, o Sr. Putin, faz-se herói. E com os embargos que lhe foram impostos por anexar parte de um País e ainda de lá querer mais, e com dificuldade gravíssimas económicas por a sua forte riqueza, o petróleo, estar a valer muito pouco, vai tentar aparecer na cena mundial como o salvador do Mundo, não só Ocidental, derrotando o ISIS.
Como tem esperança de uma troca de favores com Assad, a quem tem ajudado com armamento e não só, vai agora continuar em força fazê-lo, até por também recear o putativo Estado Islâmico, depois de ter ficado feliz e contente, a olhar para uma Europa sem rumo. E se calhar não havendo dinheiro para bem alimentar os cidadãos russos, vai continuar a gastar o que ainda tem, reforçando a ajuda militar a Assad, no térreo, onde já está bem instalado. Claro que terá bastantes hipóteses de ter sucesso. Claro que irá cobrar-se por o ter feito. E ao não quer atirar com o Assad abaixo, como convínhamos mal, fez o Ocidente no Iraque com Saddam e na Líbia com Kadhafi, vai tentar beneficiar do “feito”! E nestes quatro anos de guerra na Síria, liderada pelo ditador Assad houve tempo mais que suficiente, do Ocidente se ter unido e ter feito com que a Síria não chegasse ao preparo a que chegou, que os refugiados (diferente de migrantes económicos) não tivessem que vir pedir à Europa – e não só – para conservar a Vida, dado nada mais lhes restar.
O Ocidente, a Europa em particular, portou-se uma vez mais muito mal, e estes laivos de boa ajuda por parte de Merkel, não são mais, que a consciência pesada da lembrança de Hitler. Europa que continua a fazer mais e mais disparates, quando não tem coragem, por exemplo, de obrigar um País membro, leia-se Hungria, a desfazer os muros que lhe apeteceu erguer. E se a Hungria, e mais uns países que funcionavam na esfera da União Soviética têm saudades desses tempos, agarrem-se à Rússia e ao Sr. Putin. Mas neste momento, sem para já anular o ditador Assad, esperemos que o ISIS não chegue a ser Estado Islâmico. Esperemos que se consiga pensar a uma voz na Europa e com a ajuda dos EUA no que fazer com os Refugiados. Que a NATO se dissolva ou faça o que tem que ser feito. Que a Europa se desfaça de uma vez ou se reconstrua em definitivo. E daqui a uns tempos, teremos Putin a armar-se em Czar, em Imperador ou algo no género e fomos nós que o proporcionarmos, pela nossa não existência, mas poderá ser o menos grave se só for alimento ao ego do próprio de Putin e dos que lá têm nostalgia da União Soviética. Pena, o Ocidente mas em especial a Europa estarem tão apalermados. Mas é uma verdade tão verdadeira.
© Augusto Küttner de Magalhães, 30/09/2015