Começando por lhe chamar “unicamente” Presidente eleito dos EUA, ponto, sem mais nomes, dado que o que hoje e agora o faz ter o relevo exagerado que lhe estamos todos a dar, é ser Presidente dos EUA, se estivesse só nas empresas dele, pouco dele e nele se falaria. Claro que, ser Presidente dos EUA é algo muito importante e de evidência, sendo ainda a primeira potência mundial. Porém, estarmos todos a focarmo-nos e a todo o tempo na pessoa em si, é estar a fazer o que essa pessoa mais adora, e mais gozo na vida lhe dá, logo, não havendo alternativa a quem os americanos escolheram para seu (deles) Presidente, haverá como tal assumi-lo, mas também assumir que não é o Presidente do Mundo e que há mais mundo para além dos EUA. Haja coragem para começarmos a desligar do senhor em questão, dos seus aparecimentos ao minuto, dia a dia, dos seus tweet’s. Todos temos que nos fazer ao Mundo que resta sem os EUA à perna. Claro que não é fácil, claro que se trata de um Pais com enorme influência (ainda) a nível global, mas não se pode “ir” contra quem quer ficar só, contra quem se quer isolar, contra quem quer mudar a forma dos “seus” (dele) EUA, estarem no Mundo. Mas podemos e devemos encontrar alternativas ou então preparar o suicídio colectivo ou assumir que o senhor não só é Presidente dos EUA, mas do Mundo inteiro.
Tentemos, antes disso fazer o que pode (ainda) ser feito de diferente, deixando isolado quem isolar se quer. E não podendo também contar com o Reino Unido que se quis ir embora do espaço desunido europeu. Esperemos que os franceses não o sigam, façamos algo mais por mais unir esta Europa, esqueçamos centralidades europeias, mas não nos deixemos desanimar. Terá de ser com parcerias de todos com todos, que a todos prejudiquem o menos possível, logo a todos melhor beneficiem. E ainda temos mais países, mais potências, mais espaços na Terra que não só os EUA. E como é “uso” com o andar dos tempos- a História e a Memória com mais do que um mês, “isto” nos contam – os países que estão na ribalta passam a esquecidos, logo deixemos o senhor dos EUA fazer talvez esse percurso e façamos, todos os outros, o nosso. O Presidente dos EUA quer acabar co todos os acordos que os EUA tinham com o resto do Mundo, logo outros com outros têm que ser feitos.Não vai ser fácil? Por certo que não, mas a alternativa é o afogamento. Logo, não nos deixemos por ele afogar. A Rússia também quer entrar no jogo actual dos EUA, e talvez o Reino Unido e possivelmente a Turquia, seja. Façamos todos os outros os tais acordos da China à Europa — se esta não implodir — da Índia ao Canadá, da Austrália à China, do Japão ao México. Deixemos de pronunciar o nome do senhor, só e quando indispensável, o Presidente dos EUA, e façamos tudo para ele conseguir o que quer, isolar-se lá nos seus 50 Estados. E façamos, todos os restantes, um Mundo menos dividido, menos perigoso, menos agressivo, menos tenso, num tempo muito complicado e ainda mais difícil.
© Augusto Küttner de Magalhães, 9/02/2017