
O mundo (já não) fica surpreendido com tantos absurdos ditos e feitos, quer pelo Presidente dos EUA, quer pelo homólogo brasileiro e pela forma, no mínimo leviana como tratam, ou pior ainda desrespeitam, a democracia. Ambos parecem continuar a ter muitos apoiantes, tal como tiveram quando foram eleitos, uma vez que se assim não fosse não teriam ganho eleições e chegado ao poder. As oposições respectivas são fracas e não se conseguem fazer representar, até por nem saberem bem qual a reacção da população. A insistência em ver e ouvir estas duas personagens constantemente nos media deixou, há muito, de ter razão para acontecer. Já não são novidade, já são demasiado previsíveis e nunca irão mudar. Logo, dar demasiado relevo a qualquer um deles, fora dos respectivos países, começa a ser paradoxal. Não tem nexo a não ser que se considere que “ocupar tempo e espaço” focados nestes dois políticos é útil para desviar as atenções, para o que de menos acertado possa estar a ser feito entre nós, na União Europeia e noutras partes do mundo. Estar sempre a dar relevo um relevo desproporcional a Trump e a Bolsonaro só aumenta o ego de cada um deles e em nada aproveita o resto do mundo. Haverá que falar menos de quem já se sabe que não tem capacidade para o cargo, mas aí vai continuar e nada podemos fazer para que não seja assim. Logo, deixá-los por conta dos respectivos países. Só.
© Augusto Küttner de Magalhães, 11/04/2020