Venezuela: Maduro não sai, Guaidó não entra, a tragédia continua

A Venezuela caminha a cada dia que passa para se auto-destruir. Fazerem-se guerrilhas internas para fazer alguém cair do poder e entrar o outro a substituí-lo, usando a população como arma de arremesso, no mínimo é indício de total insensibilidade. A população genericamente e com toda a razão, está em desespero. A Venezuela entrou em colapso já no tempo de Hugo Chávez e está numa situação cada vez mais crítica com Nicolás Maduro no poder. Mas Juan Guaidó não se vislumbra que vá conseguir passar de auto-proclamado presidente interino da Venezuela a “salvador da Pátria”, só por achar que o consegue fazer.  Se Nicolás Maduro não sair por si a população vai servir de joguete entre este e Juan Guaidó, sem fim à vista. E tudo o que possa ser imaginado em contrário, será uma incauta vontade de acreditar no que tantos desejariam que viesse a acontecer.

Nicolás Maduro desde o primeiro dia da sua presidência deu provas da sua total incapacidade para o cargo. Mas Juan Guaidó não parece conseguir vir a ser presidente efectivo, unicamente por estar contra Nicolás Maduro e ter o apoio dos EUA e do Brasil, e até da União Europa. Estar contra o que está mal é uma função de todos, saber como o fazer só de alguns. E Nicolás Guaidó está convicto que vai conseguir dar a volta a um país que estás num assustador declínio. Não vai ser fácil. E se seguir a via de ter o apoio dos EUA e de Donald Trump e do Brasil de Jair Bolsonaro, não será um bom desígnio. Antes de isso acontecer Nicolás Maduro tem que sair e não parece que o faça. Nicolás Maduro sabe que estando onde está se mantém a salvo. Logo, por sobrevivência fica. E como nunca teve, tem ou terá um mínimo respeito por alguém vai usar todos os meios, nomeadamente a população, para não sucumbir.

As Nações Unida não têm qualquer força para mediar este conflito e os próprios também não querem outros mediadores por acharem que assim preservam a sua independência. Infelizmente, vamos continuar a ver a população da Venezuela em desespero, a lutar por água, pão, medicamentos, energia, ou seja,  por um mínimo de qualidade de vida, e a ser usada nesta luta, entre um que não quer ser deitado abaixo e  outro que quer entrar na lista dos heróis. Se os países que estão de um lado e do outro do conflito se imiscuírem teremos a nível global mais problemas. Vamos continuar a assistir a um prolongado sofrimento da população da Venezuela, algo que alimenta também os media, neste caso com imagens bem dramáticas.

© Augusto Küttner de Magalhães, 30/04/2019

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