Seria curioso estipularmos algum tempo diário para o “exercício” tão simples e tão em desuso que é “pensar”! Pensar por nós, connosco, com os que nos estão mais próximos e sem interferências tecnológicas pelo caminho. E pensar que somos Humanos, logo somos violentas e/ou maus, e antes e até depois temos Medo. A violência gera o medo e o contrário também é verdadeiro, e ficaríamos até ao infinito a pensar — se conseguíssemos — quem apareceu primeiro: o medo ou a violência. Claro que não chegaríamos a nenhuma possível conclusão, mas tentaríamos pensar. E como hoje deixamos que nos façam o pensamento, que pensem por nós, este acto de pensar, talvez nos fizesse bem. Mal não faria por certo. Seria necessário todos e cada um irmos analisando este período de violência e de medo, que nos circunda, que se auto-alimenta e nos faz fazermos mais partes dos problemas que das soluções. Nunca iremos conseguir deixar de ser mais ou menos violentos e ter mais ou menos medo, mas podemos “arquivar” estas duas situações num estado latente, e não tão presente, como hoje está a acontecer. E não pode — não deve — o nosso quotidiano ao mais pequeno detalhe, mas também à dimensão mundial, tornar-se uma vez mais, como vem a acontecer, um tempo de violência/medo/violência.
Aquelas “coisas” que antecederam qualquer Guerra Mundial. E que não estando tal ainda a acontecer a nível “global”, tudo o que acontece hoje, agora, neste momento no Médio Oriente, pode ser um início de algo total e muito grave. Todos teremos sempre medo em utilizar a sério o nuclear, dado que ao dar cabo do “inimigo” também daria de nós mesmos. Mas sem ter que ser com esta “aplicação”, pode-se recomeçar uma III Guerra Mundial. E o armamento e munições enriquecem muito “boa” gente e muitos países! Por certo, uma III Guerra Mundial, a acontecer, não irá começar na Europa, já não somos o centro do mundo como fomos até — quase – finais do século passado. Mas vai-nos atingir, mais que não seja por estarmos no meio e por se viver um tempo demasiado global, demasiado mediático e imediatizado ou o inverso, mas o resultado é análogo. E já vemos a violência matar, assassinar, fazer tanto sofrer os nossos iguais em territórios divididos à régua e esquadro não há muito tempo, onde supostamente estarão ainda Síria, Irão, Iraque e Turquia. Vemos “isto” sentados no sofá como se um filme fosse, Pessoas a serem mortas com o maior à vontade. Violência infundamentada. Medo constante. E não dará para parar e pensar, que estamos uma vez mais é baixar excessivamente a condição humana, quando só conseguimos ser guiados pela violência/medo? Ou talvez o ser humano tenha muito, tanto de “besta” dentro de nós, e não saiba de outra forma estar!
© Augusto Küttner de Magalhães, 17/12/2016