Passados mais de 70 anos sobre o fim da II Guerra Mundial, vivemos, aqui na Europa, mais uma vez com perigos vários, mas, estamos a “fazer” História. Pode não ser um bom momento, mas está “cá”! A Europa achou-se sempre o cento das Civilizações, das Igrejas, da Cultura, o que sem dúvida foi, mas neste tempo de globalização perdeu importância, para novos Continentes em especial América do Norte e recuperação a Oriente da importância da China, Japão, e pelo meio do degradado Império Russo. E, pensou a Europa que passava imune a tudo “isto” e deixou-se adormecer. E deteriorou-se. E como hoje nenhum País Europeu, sozinho tem espaço, nem a poderosa Alemanha, para fazer face ao resto do Mundo, a Europa está em desunião, com todos os perigo que tal implica. Está sem rumo, é-nos um perigo, mas voltou a “ser” História e a fazê-la. E todo o domínio do económico que foi o que – única e exclusivamente – nos aconteceu nestes últimos 20 anos abafando totalmente o político, está a dar a volta.
Hoje, mal, aos arrepelões faz-se outra vez política na Europa. O económico pelo económico trouxe-nos para locais sem grandes alternativas, e para aninharmos perante a Alemanha. Mas, ainda há um orgulho ferido do Reino Unido em não o aceitar, e, tentar sair sem saber em que mares revoltosos vai acabar. A França que está sem força e sem gente capaz de lhe dar rumo, não quer de “mão-beijada” acocorar-se à Alemanha. Países como Áustria e Holanda, se poderem viver à sombra da Alemanha não se importarão. Mas a Noruega e a Suécia não estão na mesma onda e ainda querem fazer parte da – de uma – Europa com alguma representatividade. Os países do Sul da Europa, excederem-me um pouco a gastar dinheiro e não souberam construir futuro sustentável, mas também não lhes agrada “marchar” às ordens de uma Alemanha, para já sem Hitler.
Os países de Leste têm muitas saudades – aplica-se-lhes bem o Termo, a eles – da União Soviética e não se conseguem encaixar “de facto” numa União que tenha princípios Ocidentais. Tudo “isto” nos faz estar a viver tempos muito perigosos, dado que não temos objectivos desenhados para um futuro. Mas por outro lado estão a fazer-nos uma vez mais viver a política, e não só ser dominados pela Economia, pelo dinheiro e pelos mais poderosos. Se conseguirmos com alguns arrepios, passar todos estes perigos – sem termos que “meter” pela frente Futebol, Fado, Fátima e Facebook –, só iremos conseguir recolocar a Europa de onde a deslocámos nestes últimos 20 anos. Se for o contrário iremos tudo esfrangalhar e ficaremos um Museu para ser visitado pelos Chineses, pelos Americanos de Trump e pouco mais. Esperemos tirar partido positivo deste momento, sem heróis, sem ídolos, mas com capacidade, competência e humanismo. Ou não!
© Augusto Küttner de Magalhães, 21/06/2016