A actual União Europeia tem origem nas três Comunidades Europeias formadas nos anos 1950: a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, a Comunidade Económica Europeia e a Comunidade Europeia de Energia Atómica. As circunstâncias trágicas da primeira metade do século XX, em particular as duas guerras mundiais, em grande parte ‘guerras civis’ europeias, foram decisivas para a sua formação. A integração europeia que ganhou contornos após a II Guerra Mundial podia ter começado nos anos 1920 e 1930, onde as ideias de integração / unificação existiam já com uma surpreendente proximidade com aquilo que hoje conhecemos. Todavia, esse período ficou na história europeia pelas piores razões, ligadas à engrenagem que levou à II Guerra Mundial. As circunstâncias histórico-políticas dos anos 1920 aos anos 1940, marcadas por ideologias totalitárias e rivalidades nacionalistas extremas, pela abrupta perda de influência europeia no mundo devido à (auto)destruição bélica e à Guerra-Fria — que levou a Europa a ficar na dependência das superpotências —, foram cruciais para criar um ‘espírito de unificação’. Mas para a sua plena compreensão, incluindo da União Europeia em que hoje vivemos, é necessário olhar também para as motivações político-económico-estratégicas dos Estados fundadores das Comunidades, dos EUA enquanto superpotência com interesses globais, e dos Estados europeus que olharam o processo com cepticismo, desde logo pelas implicações no seu poder e soberania.
Curso online realizado originalmente no El Corte Inglés Âmbito Cultural, com quatro sessões (vídeos) nos dias 1, 8, 15 e 22 de Julho de 2020.
1. Uma ideia antes do tempo: a unificação europeia nos anos 1920 e 1930
2. A Europa destruída pela II Guerra Mundial e refém da Guerra-Fria
3. O Plano Marshall, a reconstrução europeia e as reparações de guerra
4. A transformação revolucionária: a formação das Comunidades nos anos 1950
